segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O professor online e a pedagogia da transmissão


Marco Silva
 

Pouco se fala sobre isso nas universidades. Pouquíssimo se fala sobre isso nos cursos universitários de Pedagogia – aqueles que deveriam ser os primeiros a se posicionar a respeito. Há uma portaria do MEC que diz: as instituições de ensino superior do sistema federal poderão introduzir, na organização pedagógica e curricular de seus cursos reconhecidos, a oferta de até 20% das disciplinas que, em seu todo ou em parte, utilizem método não presencial, ou seja, a distância. Esta portaria (nº2.253, de 18/10/2001) completa agora um ano e é preciso convocar os professores – não só os universitários – ao debate sobre suas habilidades com o ambiente de aprendizagem online, uma vez que a educação a distância em papel perdeu seu trono para a internet.

A educação via internet vem se apresentando como grande desafio para o professor, acostumado ao modelo clássico de ensino da sala de aula presencial. São dois universos distintos no que se refere ao paradigma comunicacional dominante. Enquanto a sala de aula tradicional está vinculada ao modelo unidirecional “um-todos”, que separa emissão ativa e recepção passiva, a sala de aula online está inserida na perspectiva da interatividade, entendida aqui como colaboração “todos-todos” e como “faça você mesmo” operativo. Acostumado ao modelo da transmissão de conhecimentos prontos, o professor se sente pouco à vontade no ambiente online interativo, onde os aprendizes podem ser co-autores da comunicação e da aprendizagem.

Prevalece ainda hoje o modelo tradicional de educação baseado na transmissão para memorização, ou na distribuição de pacotes fechados de informações ditas “conhecimento”. Há cinco mil anos a escola está baseada no falar-ditar do mestre e na repetição do que foi dito por ele. Paulo Freire, maior educador brasileiro, criticou intensamente esse modelo educacional. Ele dizia: a educação autêntica não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com B. Porém, não é fácil sair desse paradigma da transmissão para a interatividade própria do digital, da internet, a não ser violentando a natureza comunicacional da nova mídia, repetindo o que faz na sala presencial.

No ambiente online o professor terá que modificar sua velha postura, inclusive para não subutilizar a disposição à interatividade própria do digital online. No lugar da memorização e da transmissão centradas no seu falar-ditar, o professor propõe a aprendizagem aos estudantes modelando os domínios do conhecimento como espaços abertos à navegação, manipulação, colaboração e criação. Ele propõe o conhecimento em teias (hipertexto) de ligações e de interações, permitindo que os alunos construam seus próprios mapas e conduzam suas explorações.

De apresentador que separa palco e platéia, emissor e espectador, o professor passa a arquiteto de percursos, mobilizador das inteligências múltiplas e coletivas na experiência da co-criação do conhecimento. E o aluno, por sua vez, deixa a condição de espectador, não está mais submetido ao constrangimento da recepção passiva, reduzido a olhar, ouvir, copiar e prestar contas. Assim, ele cria, modifica, constrói, aumenta e torna-se co-autor da aprendizagem.

Aliás, o aluno aprendeu com o controle remoto da TV, com o joystick do videogame e agora aprende com o mouse. Esse trajeto resulta em migração da recepção passiva, para uma nova recepção que evita acompanhar argumentos lineares que não permitem interferência, agregação, modificação. O professor precisa se dar conta de que isso significa emergência de uma atitude menos passiva diante da mensagem. E que essa atitude vem exigir uma nova sala de aula presencial ou online, onde transmissão e “decoreba” estejam fora de lugar.

Para não violentar esse aluno e também a internet, o professor precisa aprender com o webdesigner e não mais com o apresentador de TV. Enquanto esse velho conhecido é o narrador que atrai o espectador de maneira mais ou menos sedutora para sua récita, o informata constrói uma teia de territórios abertos a navegações e dispostos a interferências, a manipulações. Para não subutilizar a natureza comunicacional da internet, para não subestimar a disposição comunicacional do aluno, o professor precisa perceber que a tela da TV é espaço plano de irradiação que só permite mudar de canal, enquanto a tela do computador é espaço tridimensional, que permite adentramento e manipulação dos conteúdos. Precisa perceber, enfim, que a tela da TV é para assistir e a tela do computador é para interagir, e que assim emerge uma nova ambiência comunicacional, já definida como cibercultura.

É preciso se colocar a par da cibercultura, isto é, da atualidade sócio-técnica informacional e comunicacional, definida pela codificação digital (bits), isto é, pela digitalização que garante o caráter plástico, fluido, hipertextual, interativo e tratável em tempo real do conteúdo, da mensagem. A codificação digital permite manipulação de documentos, criação e estruturação de elementos de informação, simulações, formatações evolutivas nos ambientes ou estações de trabalho do tipo Macintosh, Windows, Linux, concebidas para criar, gerir, organizar, fazer movimentar uma documentação completa com base em textos, grafismos, sons, imagens, vídeos e números.

O professor pode lançar mão dessa disposição do digital para potencializar sua sala de aula online. Ao fazê-lo, ele contempla atitudes cognitivas e modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento da cibercultura. Ou seja: contempla o novo espectador, a geração digital.

Por não perceber a nova ambiência comunicacional que emerge com o digital, o professor tenderá a manter em seus cursos via internet o mesmo modelo de ensino em que os conteúdos são distribuídos em sites educacionais estáticos, ainda centrados na transmissão de dados, desprovidos de mecanismos de interatividade, de criação coletiva, de aprendizagem construída. Como diz o pesquisador de EAD online Paulo Blikstein, do MIT, o paradigma permanece o mesmo do ensino tradicional. O professor é o responsável pela produção e pela transmissão do conhecimento. Assim, os cursos pela internet acabam considerando que as pessoas são recipientes de informação, e a educação continua a ser, mesmo na tela do computador online, o que ela sempre foi: repetição burocrática ou transmissão de conteúdos empacotados. Se não muda o paradigma, a internet acaba servindo para reafirmar o que já se faz.

É preciso não subutilizar a internet. Para além do site estático, feito com pacotes de informação e de exercícios a serem assimilados e cumpridos, é preciso investir na construção de arejados ambientes virtuais de aprendizagem, que disponibilizem ferramentas (interfaces) que permitam a participação e a colaboração dos aprendizes na construção da comunicação e do próprio conhecimento.

Os conteúdos são disponibilizados em forma de hiperlinks que permitem ao aprendiz transitar aleatoriamente por fotos, sons, filmes, textos, gráficos etc, e ainda interferir em conteúdos – necessitando para isso da colaboração do web-roteirista ou do instructional designer. Assim, ele vai além da lógica unívoca da mídia de massa, democratizando a relação do usuário com a informação e gerando um ambiente conversacional que não se limita à lógica da distribuição. Isso, associado a interfaces fáceis como fórum, chat, mural, galeria de produções, banco de dados abertos à manipulação e à intervenção livre e plural dos alunos e do professor, pode fazer a diferença.

Diante do computador online, o usuário transita da condição do espectador da TV, para a condição de sujeito operativo, participativo. O professor pode inquietar-se bem com essa transição e aí encontrar inspiração para reinventar sua autoria na sala de aula online, e também na sala de aula presencial e infopobre.


 
*Marco Silva é autor do livro “Sala de aula interativa” - marcoparangole@uol.com.br - e professor da Uerj.
Fonte: http://www.folhadirigida.com.br/professor/Cad08/
ArtMarcoSilva.html
(pesquisa realizada em dezembro/2002)
http://www.saladeaulainterativa.pro.br/texto_0002.htm




sábado, 22 de fevereiro de 2014

Leiam esta reportagem!
Numa era de alta tecnologia, e uma forte campanha publicitária para uma corrida as novidades tecnológicas. Há uma escola que opta por não usar tecnologia e sim arte e trabalhos manuais. Que alunos frequentariam essa escola "ultrapassada"? Ensino que se utiliza da criatividade e métodos tradicionais? Como? Por quê? Na era cibernética?

Leia e tire suas próprias conclusões.



http://www.nytimes.com/2011/10/23/technology/at-waldorf-school-in-silicon-valley-technology-can-wait.html?pagewanted=all&_r=0

The New York Times - 22 de outubro de 2011

Uma escola do Vale do Silício que não computa - Por Matt Richtel

LOS ALTOS, Califórnia - O diretor de tecnologia da eBay envia seus filhos a uma escola de nove salas de aula aqui, bem como os funcionários de gigantes do Vale do Silício como Google,Apple, Yahoo e Hewlett-Packard.
Mas as ferramentas de ensino da escola em questão são tudo menos high-tech: canetas e papel, agulhas de tricô e, ocasionalmente, lama. Não há um computador sequer - eles não são permitidos na sala de aula, e escola ainda franze a testa sobre o seu uso em casa.
Escolas do país têm suprido às pressas suas salas de aula com computadores, e muitos políticos dizem que é tolo fazer o contrário. Mas o ponto de vista contrário pode ser encontrado no epicentro da economia tech, onde alguns pais e educadores têm uma mensagem:computadores e escolas não se misturam.
Esta é a Waldorf School of the Peninsula, uma das cerca de 160 escolas Waldorf no país que com uma filosofia de ensino focada em atividade física e aprendizagem através de tarefas criativas e ‘mão-na-massa’. Àqueles que apoiam essa abordagem dizem que computadores inibem pensamento criativo, o movimento, a interação humana e a atenção.
O método Waldorf tem quase um século de idade, mas sua presença aqui entre os “digiterati” põe em relevo crescente o debate sobre o papel dos computadores na educação.
"Eu fundamentalmente rejeito a noção da necessidade de aparelhos de tecnologia na escola primária", disse Alan Eagle, 50, cuja filha, Andie, é uma das 196 crianças na escola primáriaWaldorf; seu filho William, 13, está no ensino médio nas proximidades. "A idéia de que um aplicativo em um iPad pode ensinar melhor os meus filhos a ler ou fazer contas  é ridícula."
Mr. Eagle sabe um pouco sobre tecnologia: graduou-se em ciência da computação pelaDartmouth e trabalha como executivo de comunicações da Google, onde ele escreveu discursos para o presidente, Eric E. Schmidt. Ele usa um iPad e um smartphone; mas diz que sua filha, uma aluna da quinta série “não sabe usar o Google", e seu filho está apenas aprendendo. (Começando na oitava série, a escola aprova o uso limitado de gadgets.)
Três quartos dos alunos aqui têm os pais com uma conexão de alta tecnologia forte. O Sr. Eagle, como outros pais, não vê contradição: A tecnologia, diz ele, tem o seu tempo e lugar: "Se eu trabalhasse na Miramax e fizesse bons filmes apimentados eu não deixaria meus filhos vê-los até ter 17 anos."
Enquanto outras escolas na região se gabam de suas salas de aula plugadas, a escola Waldorf abraça um olhar simples e retrô: quadros com giz colorido, estantes com enciclopédias, mesas de madeira cheias de cadernos e lápis número 2.
Em uma terça-feira recente, Andie Eagle e sua turma de quinta série exercitaram suas habilidades de tricô: agulhas de madeira se cruzando, fazendo tiras de tecido. É uma atividade que a escola diz que ajuda a desenvolver a solução de problemas, padronização de competências, matemática e coordenação. O objetivo a longo prazo: fazer meias.
No final do corredor, uma professora desafia alunos da terceira série com multiplicação, pedindo-lhes para fingir transformar seus corpos em relâmpagos. Ela pediu-lhes um problema de matemática - quatro vezes cinco - e, em uníssono, gritaram "20" e rapidamente desenhando o número no quadro negro. Uma sala cheia de calculadoras humanas.
Na segunda série, os alunos de pé em um círculo aprendem habilidades de linguagem, repetindo versos depois do professor, ao mesmo tempo, jogando ‘Cinco Marias’. É um exercício que visa sincronizar corpo e cérebro. Aqui, como em outras classes, o dia pode começar com uma recitação ou verso sobre Deus que reflete uma ênfase não-denominacional sobre o divino.
A Professora de Andie, Cathy Waheed, que é uma ex-engenheira de computação, tenta tornar o aprendizado tanto irresistível como altamente tátil. No ano passado, ela ensinou frações fazendo as crianças cortar alimentos - maçãs, quesadillas bolo, - em quartos, metades e oitavos. "Durante três semanas, nós comemos o nosso caminho através de frações", disse ela. "Quando eu fiz frações suficientes de bolo para alimentar a todos, você acha que eu tive atenção deles?"
Alguns especialistas em educação dizem que o impulso para equipar as salas com computadores é injustificado, porque os estudos não mostram claramente que isso leva a melhor pontuação de teste ou outros ganhos mensuráveis.
E a aprendizagem através de frações bolo e tricô é melhor? Para os defensores Waldorf é difícil comparar, em parte porque as escolas privadas que administram não fazem os testes padronizados do ensino fundamental público. Também eles seriam os primeiros a admitir que alunos mais novos podem não pontuar bem nos testes porque, dizem eles, não são orientados desde cedo a uma matemática padronizada ou forçados a ler muito cedo.
Quando perguntado à Associação das Escolas Waldorf sobre a evidência da eficácia das escolas, as pesquisas por um grupo de filiados que mostram que 94 por cento dos estudantes de 2º grau das escolas Waldorf nos Estados Unidos entre 1994 e 2004 freqüentou a faculdade, inclusive instituições de prestígio como Oberlin, Vassar e Berkeley.
É claro, esse número pode não ser surpreendente, dado que estes são alunos de famílias que valorizam a educação o bastante para procurar uma escola privada seletiva, e geralmente têm os meios para pagar por isso. Também é difícil separar os efeitos dos métodos de baixa tecnologia instrucional de outros fatores. Por exemplo: pais de alunos da escola Los Altos dizem que ela atrai grandes professores que passam por treinamento intensivo na abordagem Waldorf, criando um forte senso de missão que pode estar faltando em outras escolas.
Na falta de provas concretas, o debate se resume à subjetividade, a escolha dos pais e uma diferença de opinião sobre um único tema: engajamento. Defensores de equipar as escolas com tecnologia dizem que computadores podem prender a atenção dos alunos e, de fato, que os jovens que forem ‘desmamados’ dos dispositivos eletrônicos não vão sintonizar sem eles.
Ann Flynn, diretor de tecnologia da educação para a Associação Nacional de Conselhos Escolares, que representa os conselhos escolares em todo o país, disse que os computadores são essenciais. "Se as escolas tem acesso às ferramentas e podem comprá-las mas não estão usando essas ferramentas, eles estão enganando nossos filhos", diz Flynn.
Paul Thomas, ex-professor e professor adjunto de educação da Furman University, que já escreveu 12 livros sobre métodos de ensino público, discordou, dizendo que "uma abordagem criteriosa da tecnologia na sala de aula vai sempre beneficiar a aprendizagem."
"Ensinar é uma experiência humana", disse ele. "A tecnologia é mera uma distração quando precisamos é de alfabetização, matemática e pensamento crítico."
E os pais Waldorf argumentam que o envolvimento real vem de grandes mestres, com planos de aula interessantes.
"Engajamento é contato humano, o contato com o professor, o contato com seus pares", disse Pierre Laurent, 50, que trabalha em uma empresa nascente de high-tech e anteriormente trabalhou na Intel e Microsoft. Ele tem três filhos em escolas Waldorf, que tanto impressionou a família, que sua mulher Monica, juntou-se a uma como professora em 2006.
Sobre quem defende a lotação salas de aula com tecnologia dizendo que as crianças precisam de tempo com o computador para competir no mundo moderno, pais Waldorf dão o contra: Para que a pressa, dada a forma como é fácil pegar essas habilidades? "É super fácil. É como aprender a usar pasta de dentes”, disse Eagle. "No Google e todos esses lugares a tecnologia é absolutamente banal de se usar. Não há nenhuma razão para que as crianças não possam descobrir isso quando ficarem mais velhas."
Há também uma abundância pais de alta tecnologia em uma escola Waldorf, em San Francisco e ao norte dela na Escola Greenwood em Mill Valley, que não tem acreditação Waldorf, mas é inspirada por seus princípios.
A Califórnia tem cerca de 40 escolas Waldorf, dando-lhe uma parcela desproporcional - talvez porque o movimento cresceu e tem raízes aqui, disse Lucy Wurtz, que, junto com seu marido,Brad, ajudou a fundar a escola de 2º grau Waldorf em Los Altos, em 2007. Mr. Wurtz é executivo-chefe da Power Assure, que ajuda centros de dados de computador a reduzir seu consumo de energia.
A experiência Waldorf não sai barato: o custo anual no Vale do Silício é de $ 17.750 (cerca de R$ 2.600,00/mês) para a creche até a oitava série e 24.400 dólares (cerca de R$ 3.600,00/mês) para o ensino médio, embora a Sra. Wurtz diga que assistência financeira está disponível.
Ela diz que o pai Waldorf típico, que tem um amplo leque de escolas de elite públicas e privadas para escolher, tende a ser liberal e altamente educado, com opiniões fortes sobre a educação, mas também um conhecimento, que estão prontos para ensinar a seus filhos sobre tecnologia a qual eles têm amplo acesso e suporte em casa.
Os estudantes, entretanto, dizem que não ignoram a tecnologia, nem a descartam. Andie Eagle e seus colegas dizem que, ocasionalmente, assistem a filmes. Uma menina, cujo pai trabalha como engenheiro da Apple, diz que às vezes ele pede a ela para testar os jogos que ele está depurando. Um menino brinca com programas de simulador de vôo nos fins de semana.
Os estudantes dizem que podem se frustrar quando seus pais ou parentes ficam tão entretidos em telefones e outros dispositivos. Aurad Kamkar, 11, disse que recentemente foi visitar os primos e encontrou-se sentado com cinco deles jogando com os seus gadgets, não prestando atenção a ele ou ao outro. Ele começou agitar os braços para eles: "Eu disse: '. Olá pessoal, eu estou aqui'"
Finn Heilig, 10, cujo pai trabalha no Google, diz ele gosta de aprendizagem com caneta e papel - ao invés de em um computador - porque ele pode monitorar seu progresso ao longo dos anos.
"Você pode olhar para trás e ver como sua caligrafia era feia no primeiro grau. Você não pode fazer isso com computadores -  todas as letras são as mesmas", disse Finn. "Além disso, se você aprender a escrever em papel, você ainda pode escrever se derramar água sobre o computador ou acabar a luz."
October 22, 2011
A Silicon Valley School That Doesn’t Compute
LOS ALTOS, Calif. — The chief technology officer of eBay sends his children tto a nine-classroom school here. So doemployees of Silicon Valley giants like Google, Apple, Yahoo and Hewlett-Packard.
But the school’s chief teaching tools are anything but high-tech: pens and paper, knitting needles and, occasionally, mud.Not a computer to be found. No screens at all. They are not allowed in the classroom, and the school even frowns on theiruse at home.
Schools nationwide have rushed to supply their classrooms with computers, and many policy makers say it is foolish to dootherwise. But the contrarian point of view can be found at the epicenter of the tech economy, where some parents andeducators have a message: computers and schools don’t mix.
This is the Waldorf School of the Peninsula, one of around 160 Waldorf schools in the country that subscribe to a teachingphilosophy focused on physical activity and learning through creative, hands-on tasks. Those who endorse this approachsay computers inhibit creative thinking, movement, human interaction and attention spans.
The Waldorf method is nearly a century old, but its foothold here among the digerati puts into sharp relief an intensifyingdebate about the role of computers in education.
“I fundamentally reject the notion you need technology aids in grammar school,” said Alan Eagle, 50, whose daughter,Andie, is one of the 196 children at the Waldorf elementary school; his son William, 13, is at the nearby middle school. “Theidea that an app on an iPad can better teach my kids to read or do arithmetic, that’s ridiculous.”
Mr. Eagle knows a bit about technology. He holds a computer science degree from Dartmouth and works in executivecommunications at Google, where he has written speeches for the chairman, Eric E. Schmidt. He uses an iPad and asmartphone. But he says his daughter, a fifth grader, “doesn’t know how to use Google,” and his son is just learning. (Startingin eighth grade, the school endorses the limited use of gadgets.)
Three-quarters of the students here have parents with a strong high-tech connection. Mr. Eagle, like other parents, sees nocontradiction. Technology, he says, has its time and place: “If I worked at Miramax and made good, artsy, rated R movies, Iwouldn’t want my kids to see them until they were 17.”
While other schools in the region brag about their wired classrooms, the Waldorf school embraces a simple, retro look —blackboards with colorful chalk, bookshelves with encyclopedias, wooden desks filled with workbooks and No. 2 pencils.
On a recent Tuesday, Andie Eagle and her fifth-grade classmates refreshed their knitting skills, crisscrossing woodenneedles around balls of yarn, making fabric swatches. It’s an activity the school says helps develop problem-solving,patterning, math skills and coordination. The long-term goal: make socks.
Down the hall, a teacher drilled third-graders on multiplication by asking them to pretend to turn their bodies into lightningbolts. She asked them a math problem — four times five — and, in unison, they shouted “20” and zapped their fingers at thenumber on the blackboard. A roomful of human calculators.
In second grade, students standing in a circle learned language skills by repeating verses after the teacher, whilesimultaneously playing catch with bean bags. It’s an exercise aimed at synchronizing body and brain. Here, as in otherclasses, the day can start with a recitation or verse about God that reflects a nondenominational emphasis on the divine.
Andie’s teacher, Cathy Waheed, who is a former computer engineer, tries to make learning both irresistible and highlytactile. Last year she taught fractions by having the children cut up food — apples, quesadillas, cake — into quarters, halvesand sixteenths.
“For three weeks, we ate our way through fractions,” she said. “When I made enough fractional pieces of cake to feedeveryone, do you think I had their attention?”
Some education experts say that the push to equip classrooms with computers is unwarranted because studies do notclearly show that this leads to better test scores or other measurable gains.
Is learning through cake fractions and knitting any better? The Waldorf advocates make it tough to compare, partly becauseas private schools they administer no standardized tests in elementary grades. And they would be the first to admit that theirearly-grade students may not score well on such tests because, they say, they don’t drill them on a standardized math andreading curriculum.
When asked for evidence of the schools’ effectiveness, the Association of Waldorf Schools of North America points toresearch by an affiliated group showing that 94 percent of students graduating from Waldorf high schools in the UnitedStates between 1994 and 2004 attended college, with many heading to prestigious institutions like Oberlin, Berkeley andVassar.
Of course, that figure may not be surprising, given that these are students from families that value education highly enough toseek out a selective private school, and usually have the means to pay for it. And it is difficult to separate the effects of thelow-tech instructional methods from other factors. For example, parents of students at the Los Altos school say it attractsgreat teachers who go through extensive training in the Waldorf approach, creating a strong sense of mission that can belacking in other schools.
Absent clear evidence, the debate comes down to subjectivity, parental choice and a difference of opinion over a singleworld: engagement. Advocates for equipping schools with technology say computers can hold students’ attention and, infact, that young people who have been weaned on electronic devices will not tune in without them.
Ann Flynn, director of education technology for the National School Boards Association, which represents school boardsnationwide, said computers were essential. “If schools have access to the tools and can afford them, but are not using thetools, they are cheating our children,” Ms. Flynn said.
Paul Thomas, a former teacher and an associate professor of education at Furman University, who has written 12 booksabout public educational methods, disagreed, saying that “a spare approach to technology in the classroom will alwaysbenefit learning.”
“Teaching is a human experience,” he said. “Technology is a distraction when we need literacy, numeracy and criticalthinking.”
And Waldorf parents argue that real engagement comes from great teachers with interesting lesson plans.
“Engagement is about human contact, the contact with the teacher, the contact with their peers,” said Pierre Laurent, 50,who works at a high-tech start-up and formerly worked at Intel and Microsoft. He has three children in Waldorf schools,which so impressed the family that his wife, Monica, joined one as a teacher in 2006.
And where advocates for stocking classrooms with technology say children need computer time to compete in the modernworld, Waldorf parents counter: what’s the rush, given how easy it is to pick up those skills?
“It’s supereasy. It’s like learning to use toothpaste,” Mr. Eagle said. “At Google and all these places, we make technology asbrain-dead easy to use as possible. There’s no reason why kids can’t figure it out when they get older.”
There are also plenty of high-tech parents at a Waldorf school in San Francisco and just north of it at the Greenwood Schoolin Mill Valley, which doesn’t have Waldorf accreditation but is inspired by its principles.
California has some 40 Waldorf schools, giving it a disproportionate share — perhaps because the movement is growingroots here, said Lucy Wurtz, who, along with her husband, Brad, helped found the Waldorf high school in Los Altos in 2007.Mr. Wurtz is chief executive of Power Assure, which helps computer data centers reduce their energy load.
The Waldorf experience does not come cheap: annual tuition at the Silicon Valley schools is $17,750 for kindergartenthrough eighth grade and $24,400 for high school, though Ms. Wurtz said financial assistance was available. She says thetypical Waldorf parent, who has a range of elite private and public schools to choose from, tends to be liberal and highlyeducated, with strong views about education; they also have a knowledge that when they are ready to teach their childrenabout technology they have ample access and expertise at home.
The students, meanwhile, say they don’t pine for technology, nor have they gone completely cold turkey. Andie Eagle andher fifth-grade classmates say they occasionally watch movies. One girl, whose father works as an Apple engineer, says hesometimes asks her to test games he is debugging. One boy plays with flight-simulator programs on weekends.
The students say they can become frustrated when their parents and relatives get so wrapped up in phones and otherdevices. Aurad Kamkar, 11, said he recently went to visit cousins and found himself sitting around with five of them playingwith their gadgets, not paying attention to him or each other. He started waving his arms at them: “I said: ‘Hello guys, I’mhere.’ ”
Finn Heilig, 10, whose father works at Google, says he liked learning with pen and paper — rather than on a computer —because he could monitor his progress over the years.
“You can look back and see how sloppy your handwriting was in first grade. You can’t do that with computers ’cause all theletters are the same,” Finn said. “Besides, if you learn to write on paper, you can still write if water spills on the computer orthe power goes out.”

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Este blog foi criado com o objetivo de criar uma discussão entre os alunos do Curso de Pedagogia do 8.º período do CEDERJ do Polo de Nova Friburgo -RJ sobre CIBERNÉTICA X PEDAGOGIA DA TRANSMISSÃO.
Ele foi elaborado pelas alunas:
                 Ariádne Brust Fernandes - matrícula: 10112080234
                        Atalia Abreu Canella       - matrícula: 10212080109
                                 Claudiene do Valle         - matrícula: 10212080466